Para entrarmos na linha do raciocínio, leia a seguinte história:
João era casado com Maria e se amavam.
Depois de certo tempo, João começou a chegar cada vez mais tarde em casa.
Maria se sentiu abandonada e procurou Paulo, que morava do outro lado da ponte.
Maria voltava para casa sempre antes do marido chegar.
Um dia, quando voltava, encontrou um bandido, atacando as pessoas que passavam na ponte. Ela correu de volta para casa de Paulo e pediu proteção. Ele respondeu que não poderia ajudá-la e que o problema era dela. Ela, então, procurou um amigo. Este foi com ela até a ponte, mas acovardou-se diante do bandido e não teve coragem de enfrentá-lo.
Resolveu procurar um barqueiro mais abaixo do rio. Este aceitou levá-la por R$ 80,00 (oitenta reais), mas nenhum dos dois tinha dinheiro. Insistiram e imploraram, mas o barqueiro foi irredutível. Aí voltaram para a ponte e o bandido matou Maria.
Se atendo no texto, escreva em um rascunho os culpados pela morte de Maria em ordem de quem possui mais culpa, após concluir a anotação continue lendo o post.
Esta dinâmica foi aplicada em sala de aula na matéria de empreendedorismo ontem. Eu cheguei a resposta correta seguindo uma linha de raciocínio levemente diferente à do professor e por isto resolvi colocar esta dinâmica, com um mix das duas opiniões:
Em primeiro lugar as pessoas costumam culpar Maria ou João, supondo que um traíra o outro, mas como eu disse, devemos nos ater ao texto, ou seja aos fatos.
O texto não diz o motivo pelo qual João se atrasava e nem o motivo pelo qual Maria visitava Paulo, que poderia ser um amigo, um irmão ou mesmo seu pai.
O fato de Maria chegar antes de seu marido chegar não significa que ele não sabia onde ela estava.
No próximo paragrafo encontramos o principal fato gerador do ocorrido, o bandido que atacava pessoas e matou Maria.
De um ponto de vista administrativo a conclusão é de que devemos nos ater aos fatos, não podemos supor uma cadeia de acontecimentos que circundam nossas empresas, mas devemos observar quais os fatos geradores destes acontecimentos e nos atermos à eles.
Já apartir de um ponto de vista Cristão ou para quem preferir Moral, não cabe a nós julgarmos as pessoas. Se Maria estava ou não fazendo algo errado, isso não originou culpa em sua morte. Como diz o texto, outras pessoas foram atacadas na ponte, possivelmente outras também morreram.
O mundo é uma grande série de eventos em cadeia, o que fazemos hoje mudará o futuro de pessoas que nem sequer nasceram, mas não podemos ser culpados pelos erros que estes cometerão.
Apenas para termos um exemplo real e moderno, responda mentalmente, quem foi o culpado pelo vazamento de radiação de Fukushima no japão?
Analisando o fato, o culpado foi somente o terremoto com tsuname. Não podemos culpar os operários que construiram a usina, nem o engenheiro que a projetou, nem mesmo os idealizadores da usina. Também não podemos culpar Philip Morrison por ser um dos principais nomes quanto a invenção deste tipo de usina e muito menos Albert Einstein por ter gritado "Eureca" com suas roupas sujas e rasgadas nos trazendo a famosa formula conceito de reações nucleares.
Moral do post:
O que desejo que levem para os negócios e para a vida pessoal de cada um é primeiro que analisem os fatos e não suposições. E segundo, não pré-julgue ninguém, obtenha informações antes!
amei o que vc postou me ajudou muito .
ResponderExcluirAgora entendo porque as empresas quebram e as usinas deixam vazar radiação: porque os dirigentes são treinados para aterem-se somente ao texto.
ResponderExcluirUm texto, assim como uma janela, contém apenas uma amostra do mundo lá fora.
Logo, tomar uma decisão baseado somente no que está escrito (sem uma investigação mais aprofundada) é tão temerário quanto basear-se em suposições em cima do texto.